A grande muralha enfrentada pelos casais de hoje é percorrer
sobre brasas e colocar flores no altar. Porém, em nada adianta a escolha pelo
dissabor do andar a dois quando na realidade está mais sozinho(a) do que se
estivesse só. O estar sozinho(a) pode ser multi interpretado diante das
incertezas e dúvidas mentais banhadas pela insatisfação eterna do ser pessoa.
Quando consegue adquirir o estado de humano, automaticamente reconhece que a
solidão é brasa que queima, mas não dói, bem como que as flores não estão
somente no altar, mas em todo o caminho trilhado com amor próprio. As
civilizações mais antigas apontam para o dever cumprir com responsabilidade de
procriação, mas também se esquece do livre arbítrio para seguir a jornada com
as escolhas peculiares a querer e poder estar bem consigo, primeiramente. Não
adianta dormir no quarto ao lado, quando na realidade gostaria de estar em
outra casa, outra cidade, outro estado, outro país... A maior distância
possível daquela pessoa que violou todas as regras sentimentais de aproximação.
Para se ter uma conversa honesta a respeito é preciso primeiro deixar as armas
e máscaras que sustentam a vítima na história, ao passo em que tudo começa com
a limpeza interior. Falta de confiança, amor próprio, sentimento de
inferioridade... Tudo vai sendo acumulado e empurrado com a barriga, para o
depois resolver por força e misericórdia divina. Tem gente que até pede a morte
do (a) companheiro (a) para alívio da inabilidade de seguir a vida sustentando as
escolhas. Nada pode ser como antes, mas o agora quem continua a escrever é
você. Lave sua alma com lágrimas, mas depois siga e respeite a oportunidade de
vida que você está inserido (a). A palpitação no peito pode seguir em
velocidades mil, mas o despertar para a verdade é bastão de sabedoria que serve
de lamparina para mentes escuras e perdidas. Não há regras a seguir quando
estamos falando do amor. Este parece com semente virgem que, sendo regada
diariamente com respeito, cumplicidade, lealdade e companheirismo, vão
crescendo rumo ao infinito. Ter e não ter alguém ao lado, às vezes pode ser
armadilha do ego. Tem gente que tem para mostrar, tem para satisfazer desespero
íntimo, tem para satisfazer a família, tem para ocultar preferência sexual
diversa, tem para somente ter. Quando o assunto é amor, este pode ser roubado
de forma imperceptível e deixar quem achava ter amando sozinho ou pelas duas
pessoas. Há quem diga que um harém é possível diante da possibilidade de amar
mais de uma pessoa para juntos terem um relacionamento saudável e respeitoso.
Fuga de responsabilidade? A resposta parece ser individual, mas o ponto final
merece o agora. Muita paz! Lucius
Canalização de Thyago Avelino, em 14 de junho de 2016.